CARES E A IMPRESCINDÍVEL AÇÃO DA CÁRITAS
18 Cáritas europeias participaram na construção do relatório Cares da Caritas Europa, entre elas a Cáritas Portuguesa. O relatório foi apresentado em Bruxelas no passado mês de fevereiro, e no dia 17 de março, em São Julião da Barra (Oeiras), em plena Semana Nacional Cáritas. A iniciativa, organizada pela Cáritas Portuguesa, contou com a presença da Cáritas Europa, da CM de Oeiras, da paróquia, da Cáritas de Lisboa e de outras dioceses, de alguns jornalistas e de outras entidades.
O relatório aborda, comparativamente, a situação de diversos grupos populacionais, dos jovens às pessoas com deficiência, o agravamento causado pelo impacto da pandemia, a importância da ajuda prestada pela Cáritas, e termina com 18 recomendações. O estudo deixa uma vez mais claro que o trabalho por si só não resolve a crescente desigualdade e a pobreza. A procura de trabalho exige uma habitação condigna, alimentos, o acesso a cuidados de saúde, e um rendimento mínimo garantido.
A apresentação sobre a situação destes mesmos grupos em Portugal enfatizou o agravamento das desigualdades e uma menor participação dos jovens no mercado de trabalho, ainda que estes tenham aproveitado a pandemia para estudar mais.
Mais do que agravar a situação de quem já vivia enormes carências, a crise sanitária veio gerar novos pobres entre a classe média com trabalhos muito precários. O emprego mantém 11,2% e pessoas no limiar da pobreza, pois os salários continuam muito baixos face ao custo de vida.
A inflação, que em fevereiro deste ano já estava em 4,4%, o aumento dos recursos energéticos, a guerra na Ucrânia, vão continuar a provocar perda de rendimento real e o agravamento da situação dos mais frágeis.
Neste contexto, a Cáritas, que deixou testemunhos sobre sua relevância, vindos de Leiria, de Santarém e de Lisboa, vai continuar a ser imprescindível no apoio a quem vai continuar mais exposto à erosão causada por crises e conflitos geopolíticos.
Texto e fotografia: CDL