Estes dois anos de crise sanitária foram extremamente duros para todos nós, causando grandes mudanças nas nossas vidas, quer pelas alterações de hábitos, quer pelas perdas causadas. As perdas de rendimentos do trabalho tiveram consequências dramáticas para muitas famílias, mas o pior foram as muitas vidas humanas ceifadas por esta doença inesperada. Todos nós sofremos com esta situação, mas talvez conheçamos outras pessoas que tenham sofrido ainda mais.
De todas as pessoas da primeira linha de combate à crise – destacam-se justamente os profissionais de saúde – não nos podemos esquecer dos discretos trabalhadores das IPSS que trabalham com idosos nos Lares, Centros de Dia e Serviços de Apoio Domiciliário.
Estes profissionais tinham de conseguir fazer o impossível; prestar os cuidados necessários às pessoas mais frágeis e mais expostas a esta doença, mas em total segurança. Tinham de estar presentes, quando todos os outros foram obrigados a afastar-se. Estes discretos profissionais garantiram que nada faltasse aos utentes idosos; que não lhes faltassem os cuidados de saúde, que não lhes faltasse a higiene, que não lhes faltasse a alimentação, mas principalmente que não lhes faltasse nem carinho nem acompanhamento.
Quantos destes funcionários deixaram de estar com as suas famílias e deixaram de prestar cuidados “aos seus” para os ir prestar a “estranhos”? Quantos destes funcionários já exaustos, abdicaram de dias de férias e de descanso para ir cuidar de um idoso? Quantos destes humildes funcionários deram carinhos e sorrisos quando eles mesmos estavam a precisar de atenção?
Fica aqui a homenagem a estes profissionais que deram o seu melhor, com brio, com abnegação, com amor, com os mil cuidados necessários diariamente com as luvas, as máscaras, as batas, os desinfetantes e tudo mais… Estes profissionais deram tudo o que tinham – e não há dinheiro, nem há salário que pague esta dedicação – só mesmo Deus.
Bem-hajam todos e obrigado!
Texto e fotografia: Direção Cáritas Paroquial de Vila Franca de Xira