Estimados Amigos,
O mês de outubro, no dia 17, Jornada Internacional pela Erradicação da Pobreza, convidou-nos a não ceder perante a agressividade do aumento da pobreza e exclusão social no geral. E no dia 22, no Dia Mundial das Missões, convidou-nos, em jeito evangelizador, a sair dos nossos pequenos mundos e a ir na direção do outro a precisar de uma palavra de conforto e de uma ajuda muito concreta, que possa também ser eficaz, quebrando qualquer tipo de persistência ou institucionalização da pobreza. Foi notícia por estes dias que as pessoas em situação de sem abrigo são agora, em Portugal, cerca de 11 mil (um aumento de 78%), o que significa que todos os propósitos ou objetivos traçados por estratégias de combate ao fenómeno não deram os seus devidos resultados.
A missão de qualquer instituição de solidariedade social seria o seu desaparecimento, mas a conjuntura nacional atual e internacional é de tal maneira violadora de direitos e deveres, que a nossa ação é cada vez mais necessária, exigindo de nós respostas imediatas, respostas que nem sempre se podem dar como gostaríamos, porque entretanto os recursos também se veem diminuir.
A celebração do Dia Internacional da Caridade em Coz de Alcobaça foi uma vez mais um encontro que nos robusteceu como Rede Cáritas. Os momentos de troca de experiencias trouxeram uma vez mais ao de cima o cansaço, o envelhecimento, a falta de compromisso, a pouca formação dos voluntários, mas também o bem que acontece pela sua intervenção e que é oferecido de forma totalmente desapegada. Se por um lado somos insuficientes, por outro, ai do mundo se não pudesse contar connosco. E agora preparar o Dia Mundial dos Pobres, celebrado este ano no dia 19 de novembro, para nos convidar a não desviarmos o nosso olhar de quem está numa situação de necessidade. Numa altura em que como Cáritas Diocesana procuramos investir na criação de um Movimento Cáritas Jovem, não para substituir ninguém, não podemos deixar de elogiar e de ter orgulho no que as Cáritas Paroquiais vão fazendo, com as suas proezas e dificuldades. O Dia Mundial dos Pobres é também o dia de quem se faz pobre com e para os pobres. E aí entramos nós com total modéstia, mas cientes do nosso próprio valor e importância.
Somos uma Rede e como rede a nossa relação de uns com os outros terá de ser ainda mais real e notada. A nossa força está na partilha de que tanto se ouviu falar em Coz. Como diz o Papa no seu mas recente livro de entrevistas: “não estamos sozinhos”. Onde quer que estejamos, onde quer que sirvamos o nosso irmão em dificuldade, aí estará sempre a REDE Cáritas que somos hoje.
Abraço fraterno em Cristo.
Luís Macieira Fragoso – Presidente da Direção CDL