Caros amigos,
Já estamos em pleno Advento. Preparamo-nos para a grande celebração da Encarnação de Deus, Nosso Senhor, que ao dispor-se a viver a nossa realidade humana, se fez solidário com os pobres, nascendo numa gruta, entre os animais que ali se recolhiam, e não num palácio.
Preparamo-nos individualmente, para que estejamos em condições de abrir os nossos corações à Luz que há 2000 anos irradia do presépio de Belém, mas também nos preparamos sócio caritativamente, com os recursos necessários e possíveis, para que as famílias e pessoas, que por circunstâncias das suas vidas necessitam do nosso apoio, possam celebrar o Natal com maior alegria.
Conheço o esforço, o trabalho, que a Rede Cáritas tem vindo a fazer, para assegurar que o Natal de quem está em situação de pobreza possa ser vivido mais condignamente. No entanto, preocupam-me, particularmente, as pessoas que estão sozinhas e que, muito possivelmente, irão passar a noite de Natal tristes no seu isolamento, sem poderem partilhar a alegria da vinda do Deus-menino. Este será, por ventura, o maior desafio para todos nós, que procuramos amenizar o sofrimento dos nossos irmãos.
No fim-de-semana passado, realizou-se no Funchal o Conselho-Geral da Cáritas Portuguesa. Depois de termos tido o grande prazer de acolhermos o anterior Conselho-Geral no nosso Patriarcado, coube desta vez à Cáritas Diocesana do Funchal fazê-lo. Como é hábito dos madeirenses, o acolhimento foi muito bom, tendo tido, para além da Cáritas Diocesana do Funchal, o envolvimento direto e pessoal do Bispo do Funchal e das autoridades políticas da Região, conferindo grande relevo local ao evento.
Neste encontro, para além dos normais assuntos estatutários, como a aprovação do Plano de Atividades e Orçamento do próximo ano da Cáritas Portuguesa, foram abordados outros temas, tendo sido constante, em cada um, a procura das melhores respostas para a ação sócio caritativa nas nossas dioceses.
De todo o trabalho em agenda, relevamos a grande preocupação em como fazer face aos novos desafios emergentes da atual crise social (fruto do súbito e dramático aumento da inflação), constatada também a generalizada insuficiência dos apoios do Estado às IPSS, que lutam com acrescidas dificuldades, dado o enorme aumento dos seus encargos.
No seu seguimento, o Conselho-Geral decidiu enviar um comunicado à imprensa, para manifestar esta generalizada preocupação e apelar às instâncias governamentais, para que este problema seja rapidamente enfrentado e resolvido – um comunicado incorporado no conjunto dos centeúdos desta Comunicação à nossa Rede Cáritas, e que poderá ler aqui desde já.
Amigos, com fraterna amizade, a todos vós e às vossas famílias, desejo um Santo Natal.
Luís Macieira Fragoso