Caros amigos,
Como já foi noticiado, e será por isso do vosso conhecimento, a Direção da CDL terminou o seu mandato e, por essa razão, o Senhor Patriarca deu posse, no passado Dia Cáritas, a uma nova Direção.
Encerrou-se, por isso, um ciclo, iniciando-se um novo e, nesse sentido, afigura-se adequado que vos dirija algumas propostas a este propósito.
A Direção cessante teve como visão estratégica, o apoio e dinamização da ação sócio caritativa das paróquias do Patriarcado de Lisboa, convictos de que a caridade só é efetiva quando existe proximidade, sendo fundamental, nesse sentido, a ação dos grupos Cáritas Paroquiais ou Grupos Paroquiais Sócio-caritativos (GPSC). Por outro lado, é também essencial uma abordagem sinodal à ação sócio-caritativa, e daí, a importância da criação de uma Rede Cáritas, que não vinculando ninguém e muito menos pondo em causa a autonomia paroquial, permita que nos acompanhemos uns aos outros nesta importante missão cristã, que é o exercício da Caridade. No fim do mandato, é muito gratificante verificar a adesão de um número cada vez maior de paróquias ao modelo Cáritas Paroquial.
Durante o período de quatro anos, concluído há dias, foi particularmente marcante a emergência social resultante da pandemia COVID 19. Ao obrigar a dois confinamentos totais e à interrupção da atividade de muitos setores de atividade económica, atirou para uma situação de pobreza muitos milhares de pessoas, que até àquela circunstância, em muitos casos, tinham uma vida desafogada. Para fazer face a essa emergência social, a CDL teve que mobilizar os seus meios e empregar as suas reservas financeiras, mas ficou absolutamente claro que nada do que foi disponibilizado poderia chegar adequadamente aos necessitados, se não fosse a esforçada ação das Cáritas Paroquiais, GPSC, e instituições de católicos com as quais a CDL tem parcerias.
Abre-se agora um novo ciclo com uma Direção da CDL renovada, mas empenhada em continuar a seguir a visão estratégica enunciada.
No entanto, atuais circunstâncias obrigam-nos a iniciar este novo mandato apelando à vossa determinação no exercício da ação caritativa, pois, como todos sabemos, a crise da pandemia ainda não foi ultrapassada e já temos mais duas para enfrentar: a dos refugiados ucranianos, que importa acolher e integrar nas melhores condições possíveis, e a crise social provocada pela brusca subida do custo de vida, provocada pela guerra na Ucrânia. Pessoas que estavam no limiar da pobreza poderão ficar sem acesso a bens essenciais.
Finalmente, uma palavra para enaltecer a forma como as Cáritas Paroquiais viveram a Semana Cáritas, manifestando, claramente, que a procura de recursos para socorrer os necessitados é fundamental, mas a vivência da Fé é o que permite que toda a nossa ação seja expressão da Caridade.
Votos de uma Boa Quaresma.
Luís Macieira Fragoso