Ainda sobre os acontecimentos ocorridos em Ceuta, quando milhares de migrantes tentavam chegar a nado até ao enclave espanhol, a Cáritas Espanha, por ocasião do Dia Mundial da África (25 de maio), recordou que os fenómenos migratórios afetam apenas uma pequena parte da Europa. E reforçou a afirmação revelando dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e da União Africana (UA) segundo as quais, dos 36 milhões de africanos que saem do próprio país – de um total de 258 milhões de replika klockor migrantes no mundo – 53% permanecem no continente; 26% vai para a Europa, 11% para a Ásia; outros 8% para a América do Norte e 1% para a Oceânia. E sublinhou que é o continente africano que mais acolhe refugiados no mundo (7,3 milhões, 25% do total mundial), além dos 19,2 milhões de pessoas deslocadas, um número registado em 2019.
Para a Caritas Espanha o problema não está tanto na segurança, mas na violação de direitos fundamentais, causada pela parte submersa do iceberg: “a violência, os conflitos armados, a fome, as emergências climáticas e a migração irregular”.
A insegurança alimentar permanece um dos desafios mais urgentes, que já em 2020 atingia 100 milhões de africanos, com um aumento de 60% em relação ao ano precedente – uma situação que a pandemia piorou ainda mais. E ainda que a África emita apenas 4% dos gases de efeito estufa no mundo, a fome, neste continente, está intimamente associada às alterações climáticas, já que a sua economia, em grande parte baseada na agricultura, está particularmente exposta a estas alterações.
Neste contexto, e com uma taxa de natalidade muito alta, é inevitável que sejam precisamente os mais vulneráveis, os jovens e as mulheres a emigrar, movidos pelo sonho de uma vida melhor.
Texto: Vatican News, com adaptação CDL; fotografia: Google Pics