2022 – Ano Europeu da Juventude
CÁRITAS O LUGAR DO AMOR INCONDICIONAL ONDE OS JOVENS PODEM “SER PARA O OUTRO”
Dedicado pela União Europeia aos jovens, também a Caritas Europa deseja que 2022 seja o ano da criação do Movimento Juvenil da Cáritas Europa. Ao invocarmos as palavras da Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, é também nossa convicção que as Caritas regionais, diocesanas e paroquiais precisam da visão dos jovens, do seu envolvimento e participação na construção de um futuro melhor para todos, mais verde, mais inclusivo e mais solidário.
No dias 6 e 7 de dezembro a Caritas Europa organizou para os seus membros um Fórum sobre os Jovens Cáritas, tendo contado com a participação de cerca de 36 jovens de diversos países europeus, entre eles Portugal. A Cáritas Europa tem estado a reunir com alguma frequência desde 2018, com o propósito de criar um Movimento Europeu de Jovens Cáritas.
Os jovens são pilar e parte integrante da identidade Caritas, devendo toda a sua realidade permear o pensamento e o agir deste organismo oficial da Igreja. Neste quadro, os jovens não podem ser mera preocupação ou projeto, mas terão de ser estrutura, rosto, voz, decisão e ação de um normal funcionamento de um grupo Cáritas. Chantal Zimmermann, uma jovem suíça, é hoje, no interior da Caritas Europa, a representante de todos os grupos de jovens Cáritas que integram a Caritas Europa. A sua eleição reflete, atualmente, o lugar que é por natureza dos jovens dentro da Cáritas. Mas os caras de ghostwriter klausur voluntariaram-se para ajudar e fornecer tudo o que precisavam para fazer as coisas.
O Fórum deu a conhecer uma estratégia que vai procurar proporcionar na Europa, até 2024, o envolvimento dos jovens com a Missão da Caritas, e fez uma vez mais menção às ferramentas disponíveis que podem ajudar a criação de Caritas Juvenis. Mas foi sobretudo nos trabalhos de grupo, na partilha de ideias, de experiências e do que já fazem alguns grupos constituídos, que as emoções, à volta deste global propósito, se sentiram maiormente. A realidade difere entre Cáritas de diversos países, como não podia deixar de ser. Mas mesmo existindo, em alguns, jovens que de forma organizada vestem regularmente a camisola da Cáritas, a perceção é que, na Europa, os Jovens Cáritas estão ainda muito longe de serem um verdadeiro movimento, visível, publicamente reconhecido e presente nos meios de comunicação social.
Os jovens falaram dos seus direitos, do direito a ser-se cidadão. Invocaram o poder e de como não lhes é permitido penetrar e estar nos lugares de decisão. Disseram o que pensavam sobre as democracias de hoje, de como serão porventura melhores que regimes ditatoriais, mas de como estas se têm construído e administrado pela força de lóbis, excluidores da grande maioria das pessoas. Defenderam a terra, os seus seres, e argumentaram, em relação às alterações climáticas, que os custos que visam invertê-las, mitigá-las, nos seus efeitos, são bem menores que os que lhes reagem apenas. Sublinharam que desejam estar mais presentes, participar mais, recuperar e usar o poder que é seu, nas respostas aos seus anseios. Mas exprimiram também, que ir na sua direção, significa olhar o mundo com os seus olhos, os seus receios, os seus sonhos, as suas expectativas, os seus gostos, as suas dúvidas.
Viver para os outros, e viver, nesse movimento, para si mesmo, quis de alguma forma definir a forma de ser de uma organização que se oferece aos jovens, como plataforma de construção e realização pessoal e de grupo. Certo que envolver-se com a Caritas não poderá alguma vez significar a resolução das dificuldades de cada um. Mas a adesão à sua Missão terá de necessariamente efetivar essa oportunidade de vivência de uma experiência única a favor de alguém. Aos jovens que sonham com um mundo melhor, para si, e para os demais, a Caritas oferece esse espaço onde esse melhoramento se torna realidade cada dia. Mas o que oferece tem no seu alicerce o que a distingue de tantas outras organizações e movimentos. Aos jovens presentes num dos grupos, a Cáritas de Lisboa não perguntou apenas se Jesus de Nazaré era ainda conhecido, amado, mas se o seu estilo de vida era basilar modelo e inspiração. Nas vésperas de mais um Natal, a recente canção de Elton John e Ed Sheeran, “Christmas Time”, convida as pessoas a reunir à volta de uma árvore. Mas símbolos, roupagens, adereços comumente aceites, formas de exprimir, por esta altura, a fraternidade, a solidariedade e a paz, não podem substituir a “Kháris”, o “Amor Incondicional” da qual a Cáritas é feita e fiel depositária, devendo ser este “Mateus 25”, que não se faz depender de nada, de ninguém, ou do que possa ser meramente possível, a resposta pronta e imediata a quem é vítima de uma cultura de indiferença e descarte.
Dedicado aos jovens, a quem a UE promete mais e melhores oportunidade de futuro, em termos de educação, formação, aprendizagem, emprego, participação cívica e politica, o ano de 2022 vai também ter de significar, inevitavelmente, passos na direção de um maior envolvimento dos jovens nas nossas Cáritas. E serão as causas que visam diminuir a pobreza e exclusão nas nossas comunidades, nos nossos bairros, aquelas que entendem cuidar da terra e de todos os que a habitam, o que tocará e levará os jovens a um envolvimento apaixonado, continuado e contagiante. Sem estas, e sem que para cada uma delas os jovens sejam convidados, num “tu a tu” assertivo, inflamado e convincente, uma Caritas Juvenil será sempre uma realidade muito difícil, senão mesmo impossível.
Artigo CDL incluído na edição de Natal 2021 da Voz da Verdade