Estimados Amigos,
Aproximamo-nos da Festividade do Natal e do Ano Novo. São momentos que se repetem todos os anos, precisamente porque sem eles não seriamos o que somos hoje. O que seria de facto de nós sem a celebração de uma quadra que nos faz penetrar e trazer ao de cima valores que estão hoje inscritos na Declaração Universal dos Direitos Fundamentais, que este ano celebra o 75º aniversário?!?
No dia 24 de dezembro iremos todos acender a nossa vela da Campanha 10 Milhões de Estrelas, um gesto que fazemos também questão de repetir todos os anos em nome e a favor da Paz. A Paz é sempre um valor a proteger e a promover, ainda que no mundo não existisse nenhum tipo de guerra, o que não é o caso, infelizmente. Ao Príncipe da Paz nós pedimos a Paz, porque só em clima de paz será possível melhorar as condições de vida que quem continua refém da pobreza e da exclusão social.
Chegamos quase ao final de mais um ano, sem que tivéssemos conseguido, como nação, novos progressos no que concerne a erradicação da pobreza. Em 2021 eram um milhão e setecentas mil as pessoas no limiar da pobreza, mas com a atual conjuntura internacional os sinais apontam para um agravamento da nossa situação. A Cáritas têm observado em diversos momentos o aumento de novos pedidos de ajuda, dada a perda do poder de compra de quem até trabalha.
Aumentam as necessidades, mas nem por isso se verifica um reforço de meios que lhes possa fazer face. Imaginamos, por estes dias, o quão difícil deve ser a preparação dos cabazes de Natal para as famílias que cada Cáritas da nossa rede apoia. As pessoas são sempre generosas e surpreendentes, mas ainda assim, nem sempre a qualidade dos nossos cabazes responde globalmente às necessidades do momento. Um país envelhecido, com uma preocupante diminuição das suas crianças e jovens, exige uma maior atenção para com as famílias, os seus filhos e os seus idosos.
2024 perspetiva-se um ano difícil, mas também um ano de grandes possibilidades, se a vontade dos decisores políticos colocar no seu centro o bem-estar de todos, sem exceção. A Paz, a Justiça, a nossa Casa Comum poderão ganhar novos contornos e exibir a fraternidade, o diálogo e a cooperação que hoje se veem tão ausentes. Na plenitude do tempo, Deus fez-se homem. Esta a surpreendente Boa Nova do Evangelho. Que uma semelhante plenitude consiga dar à luz a Paz que o mundo hoje tanto precisa.
Santo Natal e um Ano Novo de Paz.
Luís Macieira Fragoso – Presidente da Direção CDL