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Estimados leitores,

O ano que agora termina pode ser considerado como o do regresso à normalidade, ultrapassada que foi a situação pandémica que obrigou a dois períodos de confinamento gerais e a outros de natureza pessoal, em resultado de infeção individual ou de grupo.

Sendo certo que o regresso à normalidade permitiu a retoma económica em geral e, especialmente, dos setores da vida económica mais afetados pelos confinamentos, as sequelas na vida das pessoas que mais sofreram, ainda se fizeram notar nos pedidos de apoio que continuámos a receber. Para além do impacto direto na vida das pessoas os efeitos da situação pandémica a nível global, tiveram um grande impacto nas cadeias logísticas criando desequilíbrios entre a oferta e a procura que geraram um aumento generalizado dos custos, fenómeno que foi muito aumentado com a guerra começada em fevereiro passado, com a invasão da Ucrânia pela Rússia. Esta guerra na Europa, marcou o ano que agora termina, gerando uma onda de refugiados que foi necessário acolher e integrar e um aumento ainda maior do custo de vida devido aos cortes no fornecimento dos hidrocarbonetos russos, bem como das exportações de produtos agrícolas dos países em guerra, levando a inflação a instalar-se bruscamente e a níveis há muito não vistos no nosso país. Esta situação que a todos afetou, atingiu com particular incidência as pessoas com rendimentos mais reduzidos e que por essa razão importa apoiar.

Relativamente ao apoio disponibilizado, relembramos que a Cáritas Diocesana de Lisboa (CDL) quer fazer-se presente através da sua Rede, constituída pelas Cáritas Paroquiais, Grupos Paroquiais de Ação Sócio-caritativa e instituições de inspiração católica parceiras da CDL, pois só desta forma, através da inserção capilar na sociedade, podemos estar bem próximos das pessoas apoiadas, dando expressão de caridade à ação de solidariedade social. Para que tal se torne possível, a CDL tem continuado a centrar a sua ação na capacitação da Rede Cáritas fazendo chegar através dela a necessária ajuda. Porque assim foi ao longo do ano que agora termina, queremos aproveitar esta oportunidade para saudar e louvar todos os que no Patriarcado de Lisboa de forma dedicada e proficiente serviram os irmãos que viviam com dificuldades de diversa ordem.

Sendo evidente que, infelizmente, a pobreza persiste para além das crises e se agrava com estas, não podemos esquecer que a missão primeira da Cáritas é o socorro às emergências, desencadeadas por fenómenos naturais, acidentes provocados pela ação humana ou ainda problemas sociais provocados por eventos de grande dimensão.

Para respondermos com eficiência é necessário que a Rede esteja organizada para o efeito. Nesse sentido, importa levar à prática o Plano Institucional de Resposta às Emergências e Catástrofes (PIREC). Este plano prevê a indicação de um responsável em cada vigararia que coordenará a ação de emergência das paróquias envolvidas com os voluntários e os meios ali existentes, previamente identificados.

A ilustrar esta necessidade, recentemente, a região de Lisboa foi muito afetada pelas intempéries que sucessivamente se fizeram sentir, causando elevadíssimos prejuízos e, em consequência, deixando muita gente em situação de grande dificuldade. Apesar do PIREC ainda estar longe de estar efetivo, a CDL vai empenhar-se para tentar ser parte na ajuda a muitas das vítimas das inundações.

Terminamos, fazendo votos que Luz do Natal tenha iluminado o nosso coração e nos guie na nossa missão ao longo do Novo Ano.

A todos saudamos com amizade.

A Direção

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