“Para a mudança de mentalidade e hábitos sociais (…), há que mobilizar toda a sociedade, nas suas diversas instâncias: o Estado com os seus responsáveis mais diretos; a Igreja e todas as outras confissões religiosas; as autarquias locais de maior e menor amplitude; as escolas nos seus sucessivos graus de ensino; a comunicação social nas suas diversas expressões; as mais variadas associações e muitas outras instituições, seja qual for a sua dimensão. Mas todos de forma concertada” (Conferência Episcopal Portuguesa, Cuidar da Casa Comum – Prevenir e evitar os incêndios, 2017).
Portugal, devido à sua localização geográfica, está exposto a vários riscos, como os incidentes destas últimas semanas o demonstraram.
(…) “As emergências têm vindo a tornar-se mais frequentes e mais devastadoras. As pessoas ficam privadas dos seus bens, das suas redes e são empurradas a uma trajetória de vulnerabilidade que pode ser temporária ou prolongada. A Cáritas assume um compromisso com o futuro e acredita na solidariedade de longo prazo, assim como na construção de e preparação de comunidades mais resilientes”.
(…) “Assim, “responder juntos a uma catástrofe, salvar vidas e reconstruir comunidades” constitui um dos desígnios da Cáritas e seu elemento identitário que está presente antes, durante e após as emergências, elemento que a diferencia de muitas instituições humanitárias. Esta presença permanente que se caracteriza pela organização, capilaridade e proximidade, confere-lhe o potencial de responder de forma rápida e efetiva através da disponibilização de bens, da articulação com os diversos atores e da mobilização de vontades, em particular da comunidade cristã”.
(…) “As ações de resposta perante uma situação de emergência ou de catástrofe não podem ser improvisadas. As diversas dimensões da intervenção requerem um processo de planificação, sustentado em múltiplos instrumentos, cada qual com características e objetivos distintos” (Plano Institucional de Resposta a Emergências e Catástrofes, Cáritas 2022).
Pelo excerto deste Plano, percebe-se a urgência em ativar em cada Paróquia e Vigararia um grupo coordenador das emergências que, em nome da comunidade cristã daquele lugar, possa articular da melhor forma com as entidades civis e privadas, para que a resposta a qualquer situação de emergência possa ser dada de uma forma concertada e consequente.
A proteção civil começa por cada um de nós, e enquanto cristãos temos a obrigação de cuidar da nossa Casa Comum e de Cuidar dos irmãos que mais são afetados por qualquer situação de emergência ou catástrofe.
Para mais informações sobre o trabalho desenvolvido no Patriarcado de Lisboa no âmbito deste Plano, pode contactar: emergencias.coordenacao@caritaslisboa.pt
Texto: Ana Catarina Calado (Coordenadora-Geral CDL); fotografia: Google Pics