Combater as alterações climáticas
Cientistas avisam que é urgente tomarem-se medidas para evitar o aquecimento global acima dos 1,5ºC e que a humanidade tem menos de 8 anos para meter mãos ao trabalho, até 2030, antes que a situação se torne irreversível e os impactos sejam bem piores – incluindo para a biodiversidade.
Se o aumento global das temperaturas chegar aos 2ºC, em 2100 praticamente todos os recifes de corais terão deixado de existir. Com uma subida de 1,5ºC, ainda se podem salvar entre 10 e 30%. Os efeitos negativos para a biodiversidade não se ficam por aqui, mas com uma subida de 2ºC serão bem piores. Nesse caso, calcula-se que 8% das espécies de vertebrados, 18% das de insetos e 16% das espécies de plantas vão perder metade da área de distribuição onde conseguem habitar. Se o aumento for de 1,5ºC, estamos a falar de 4% nos vertebrados, 6% nos insetos e 8% nas plantas.
Ciclones tropicais mais fortes, secas mais severas e a subida mais rápida dos níveis do mar são outras diferenças que dependem de um intervalo de 0,5ºC, que por sua vez terão também impacto no mundo natural.
E embora a maior quota do esforço necessário esteja dependente dos governos e das empresas, há várias ações que cada pessoa pode empreender para fazer a sua parte.
- Reduzir o consumo de eletricidade gasta no aquecimento (e arrefecimento) das casas: isto porque uma parte importante vem de fontes não renováveis. Mas dada também a pobreza energética, é urgente fazer uma auditoria casa a casa, para vermos o que podemos mudar para reduzir o consumo, melhorando o conforto.
- Investir em painéis fotovoltaicos: da mesma forma que importa reduzir o consumo de eletricidade, há que apostar em fontes renováveis, como é o caso da energia solar.
- Evitar o carro sempre que possível: tal como a eletricidade, o tráfego automóvel representava, em 2018, 25% das emissões de carbono em Portugal. E por isso é importante apostar nos transportes públicos, andar a pé ou de bicicleta, e partilhar as viagens de carro.
- Reduzir o consumo de carne de vaca e de produtos lácteos: o impacto da pecuária nas emissões de carbono, em especial do gado bovino, não é tão forte em Portugal como noutros países, pois é ultrapassado pela eletricidade e pelo tráfego automóvel. Ainda assim, numa primeira análise dos dados disponíveis, estima-se que a fermentação entérica, proveniente do gado bovino, representa o equivalente a cerca de 4% das emissões anuais de carbono.
- Plantar árvores: tanto cientistas como ambientalistas consideram reflorestação prioritária, uma vez que as florestas têm um papel muito importante na absorção do carbono que é libertado na atmosfera.
- Aplicar os 3 Rs: Reduzir, reutilizar, reciclar: colocar estes ‘três Rs’ na prioridade certa é absolutamente crucial. Talvez a recolha do lixo de devesse fazer porta-a-porta, como já acontece noutros países, para que quem produz mais lixo e recicla menos pague mais por isso. Em 2018 a taxa de reciclagem em Portugal situava-se apenas em cerca de 30%.
Texto e fotografia: Wilder, com adaptação CDL