Mercearia Sabura
No passado dia 25 de setembro a Igreja Católica em todo o mundo, celebrou o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado – DMMR2022. Quis o Santo Padre que o fio condutor da nossa reflexão, ação e celebração fosse: construir o futuro com migrantes e refugiados, rumo a um olhar global sem fronteiras na compaixão.
Não se trata só de acolhimento, mas também de proteção, promoção e inclusão daqueles que estão entre nós e por razões alheias à sua vontade, e em contexto de mobilidade humana, estão hoje mais vulneráveis.
Nesse sentido, o meu critério para escolher uma boa prática recai sobre uma obra social que nasceu há 30 anos, para acompanhar a comunidade migrante em Lisboa, e tem evoluído na qualidade de respostas que oferece, nomeadamente a capacidade de escutar os seus utentes e técnicos e dessa forma construir em conjunto, envolvendo empresas que exercem nesta parceria a sua responsabilidade social, foi inaugurada em julho de 2022, a Mercearia Sabura, promovida pelo CEPAC – Centro Padre Alves Correia – https://www.cepac.pt/mercearia-sabura.php
Uma obra que promove através da sua ação, o direito de escolha, a autonomia, dignidade de cada utente. Constrói-se a esperança ao dar-se o alimento, mas de uma forma que respeita a diversidade cultural e religiosa. Conta com técnicos e voluntários, migrantes e autóctones.
Um contributo humilde para a concretização do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável ODS2 – Ter consciência que este objetivo tão básico é causa de mobilidade humana, e estranho como possa parecer a fome carência alimentar, má nutrição existe em países muito industrializados que são apresentados como “el dourado” para tantas pessoas em outras geografias.
Os nossos pequenos gestos interligados com políticas públicas pode reduzir a pobreza e combater a insegurança alimentar, conforme expresso no Estudo Desenvolvimento, Segurança alimentar e Nutricional. https://www.plataformaongd.pt/uploads/subcanais2/segurancaalimentar.pdf
Juntos construímos um “NÓS” maior, uma só família humana.
Texto: Eugénia Costa Quaresma (Diretora Obra Católica Portuguesa de Migrações); fotografia: Google Pics