CÁRITAS DE LISBOA CONVIDA FAMÍLIAS DO PATRIARCADO A AJUDAREM FAMÍLIAS DO HAITI
“O samaritano procurou um estalajadeiro que pudesse cuidar daquele homem, como nós estamos chamados a convidar outros e a encontrar-nos num «nós» mais forte do que a soma de pequenas individualidades; lembremo-nos de que «o todo é mais do que a parte, sendo também mais do que a simples soma delas».” (Fratelli Tutti, nº 78)
“Estava sentado na varanda quando senti um forte tremor. Corri imediatamente para a rua e deitei-me no chão. Minha mãe, não me tendo visto, gritou por mim. Ao pensar que estava dentro de casa, entrou para me tirar de lá. Foi então que parte de uma parede desabou sobre ela.”
No terramoto do dia 14 de agosto, de magnitude 7,2, Ona Prissien acabaria por perder não só a mãe, como os seus dois irmãos. Nos dias a seguir, de lágrimas nos olhos, soluçava que se sentia muito sozinha no mundo. Hoje, sem nada de seu, vive com a tia, sem saber se o pai vai conseguir mandá-la para a escola, pois era a mãe que pagava os seus custos.
O Haiti é considerado o país mais pobre das Américas, e um dos mais pobres do mundo. Debaixo da violência, dos sequestros e dos assassinatos perpetrados por gangues rivais bem armados, o Haiti vive num verdadeiro caos político, económico e social. Estes grupos, ao mirarem o controlo das regiões mais populosas, queimam, no cruzar do fogo, centenas de casas e de comércios, obrigando milhares de pessoas a abandonar as suas habitações e a procurar lugares mais seguros, acabando por dormir nas ruas e em abrigos informais. Desde as primeiras eleições democráticas (1990), o Haiti já teve 14 presidentes, sem que a larga maioria tivesse conseguido concluir os cinco anos de mandato. O último foi assassinado em julho deste ano.
Atravessado por três falhas sísmicas, no caminho dos ciclones, e com uma governança central e local fraca, o Haiti foi-se tornado num país de alto risco.
O último grande terramoto, em 2010, destruiu a capital e fez 200 mil mortos. 11 anos depois, o Haiti volta a ser abalado por um novo sismo, considerado, depois do de 2010, o segundo mais letal dos últimos 25 anos na América Latina, com 2,2 mil mortos, mais de 12 mil feridos, 330 desaparecidos, 53 mil habitações destruídas, outras 83 mil com danos consideráveis, deixando milhares de pessoas sem casa, e que hoje vagueiam pelas ruas, em busca de comida e refúgio. Se já um mês antes do terramoto e da passagem, logo a seguir, do ciclone, Grace, a ONU denunciava que quase metade da população sofria de “pura fome”, a escassez de comida, de água potável e a falta de saneamento vêem-se agora ainda mais agravadas, sem que se possa ignorar o atual contexto de pandemia, para o qual o país não tem tido grande resposta, nem campanha de vacinação em curso.
Neste momento, cerca de 690 mil pessoas, em situação de sem abrigo, precisam urgentemente de ajuda humanitária, um número estimado pelas autoridades, correspondente a cerca de 40% da população das três regiões mais afetadas pelo sismo, situadas na península sudoeste do país.
COMO AJUDAR?
Como poderia alguém, diante deste devastador cenário, de pobreza e insegurança galopantes, não ouvir, não ver, ou simplesmente ignorar?
Impelida pela sua razão de ser, pela sua missão, como organismo oficial da Igreja, e IPSS de Utilidade Pública, a Caritas Diocesana de Lisboa, em parceria com ao grupo solidário Convergência, Famílias comVida, Famílias de Schoenstatt e Projeto Queridos Avós, decidiu responder prontamente ao clamor de milhares de famílias do Haiti, através de quem está no terreno a prestar esta urgente ajuda, nomeadamente, a Caritas do Haiti.
A Campanha desafia famílias do Patriarcado (e não só), a juntarem-se em grupos de 7, para, em conjunto, encontrarem formas de doarem kits de alimentos e de produtos de higiene, extremamente necessários. Os tipos do schlüsseldienst berlin participam na campanha e ajudam de todas as formas que podem.
Em casa, pais, filhos, avós, netos, todos são convidados-chamados a envolver-se, a rezar e a contribuir (também pela renuncia pessoal do que não seja necessário adquirir), com o que estiver ao alcance de cada um. A cada família é pedido um donativo de 10 euros, podendo obviamente cada uma doar mais (sendo-lhe possível), e conseguir, assim, mais do que um kit.
Cada kit de alimentos tem um custo de 70 €, sendo composto por arroz, milho, feijão preto, massa, óleo, açúcar, arenque e sal. O kit de produtos de higiene tem um custo de 60€, sendo composto por balde de água, papel higiénico, fraldas de bebé, toalhitas, escovas e pasta de dentes, escova de cabelo, pente, sabonetes, sabão em pó e máscaras reutilizáveis. Ambos os kits alimentam, servem em média, uma família de 5 pessoas durante um mês. O que a CDL se propõe alcançar, no imediato, são 100 kits de cada, sendo, no entanto, seu desejo o de conseguir o maior número possível.
Todo o dinheiro angariado, no âmbito desta campanha, será entregue à Caritas do Haiti. E à imagem do que acontece com a cooperação entre aleias, vilas e cidades de diferentes países, é também propósito desta iniciativa, proporcionar uma mais alargada e continuada cooperação entre famílias residentes em Portugal e no Haiti, famílias que possam conhecer-se, comunicar-se e ajudar-se entre si.
Criada em 2020 para facilitar a cooperação na resposta a necessidades pontuais ou globais, a Loja de Donativos da Cáritas de Lisboa, é a plataforma através da qual os donativos às famílias do Haiti podem ser feitos, estando acessível também através do seu site e facebook.
Para mais informação contacte:
Tel.: 213 573 386; email: comunicacao.projetos@caritaslisboa.pt
MUITO OBRIGADO!