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No dia 3 de Agosto, num evento paralelo à JMJ, a Cáritas Internacional convidou todos os membros da família Cáritas, em particular os mais jovens, para um encontro na Fundação EDP, em Belém.

Neste encontro da Cáritas Jovem marcaram presença, para além da delegação internacional da Cáritas Jovem na JMJ, jovens peregrinos que fazem parte da Cáritas Jovem de algumas dioceses de Espanha e da Cáritas Paroquial do Arranhó (Lisboa).

Aloysius John, secretário-geral da Caritas Internationalis, iniciou o encontro com umas palavras de boas vindas, reforçando que Caritas é amor e que significa, desde logo, um encontro, uma relação de um para outro. Agradeceu a todos os colaboradores e voluntários presentes por serem Caritas, porque não se conseguia fazer o que se faz, a todos os níveis, sem os voluntários e os jovens da Cáritas.

O encontro prosseguiu com o testemunho da responsável da Cáritas Jovem de Espanha e da Cáritas de Jerusalém.

Clara, da Caritas Espanha, responsável pela Cáritas Jovem, explicou que têm um núcleo de fomento da Cáritas Jovem em algumas dioceses (cerca de 20, das 70 Dioceses existentes). Também têm respostas ligadas à infância e juventude, e com esses jovens vão tentando que se integrem como voluntários quando são mais velhos.

A representante da Cáritas Europa manifestou a preocupação que existe, ao nível da estrutura internacional e europeia da Cáritas, dos jovens terem uma voz. A Caritas é muito diversa, universal. Os jovens são seres sociais, precisam de ir ao encontro dos outros. Foi criado um grupo da Caritas Europa para este tema dos jovens. No próximo ano vai haver um encontro de jovens Cáritas.

A Cáritas Jerusalém apresentou a oficina de trabalhos em madeira, que permite dar uma ocupação útil a pessoas vítimas da guerra na Palestina. Entre os trabalhos realizados estão os terços distribuídos na JMJ, que proporcionaram emprego a muitas pessoas. O lema desta Cáritas é “Por o amor em ação”. Para além desta atividade desenvolvem outras na área socio pastoral: atividades entre gerações; grupos de voluntários nas Paróquias; apoio aos mais necessitados com distribuição de comida, roupa; renovação de casas destruídas pela guerra; apoio a pessoas deficientes; microcrédito para apoio a projetos que permitam a autonomização das pessoas; oficina de costura para mulheres marginalizadas; fornecimento de água potável (a água de Gaza está contaminada e a Cáritas procura dar resposta. Durante a pandemia foi a única instituição autorizada a circular). Têm ainda duas clínicas para cuidados de saúde primários gratuitos e promovem o trabalho agrícola, para que as terras não fiquem sem ser cultivadas. Trabalham com cristãos e muçulmanos.

No dia 5 de Agosto, a Cáritas Diocesana de Lisboa abriu as suas portas à delegação Cáritas Jovem que participa na JMJ. São jovens das diferentes regiões da Cáritas Internacional, de países tão diversos quanto o Quirguistão, Nova Zelândia, Egipto, Malawi, EUA, México, República Checa, Polónia, Itália, Suécia, Espanha, Canadá e Portugal.

Depois das apresentações de cada participante, e de umas palavras introdutórias por parte da Direção da Cáritas Diocesana de Lisboa, estabeleceu-se um diálogo entre os participantes, procurando conhecer como se comunica com os doadores nas diferentes realidades presentes e como se motivam os jovens a participar com a Cáritas.

Do que foi conversado destacamos que

• As campanhas nas redes sociais resultam, mas têm de ser acompanhadas de uma relação “tu a tu”, de proximidade; As redes sociais são úteis para os jovens se conectarem uns com os outros e com as suas causas;
• É importante dar testemunho do impacto das doações, da sua aplicação;
• É fundamental a representação dos jovens nos diferentes níveis de decisão e permitir que se expressem sobre os problemas e opiniões e que a sua voz seja ouvida;
• É importante que o jovem tenha um grupo de referência quando faz voluntariado. Em Espanha cada grupo de jovens tem um espaço próprio e encontram-se para tomar um café e conversar, sensibilizar para determinados temas. Existe uma coordenação nacional e diocesana destes grupos de jovens. Procuram formar os jovens para a importância de colocar a sua fé em ação, para que se preocupem com o outro que precisa de ajuda;
• Para se conseguir chegar aos jovens e criar grupos de Cáritas Jovem é preciso preparar o caminho e ter muita flexibilidade e dinamismo para se adaptar ao ritmo dos jovens;
• É fundamental trabalhar em parceria e não de costas voltadas ou fechados em si próprios;
• É necessário criar processos transformativos e ultrapassar a tendência de autocomiseração.

Texto: Ana Catarina Calado; fotografias: Cáritas Portuguesa